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Camareira de hotel em Natal (RN) receberá adicional por limpeza de banheiros

Ela fazia a higienização de 179 quartos do estabelecimento.

A Sexta Turma do Tribunal Superior do Trabalho reconheceu o direito ao adicional de insalubridade em grau máximo a uma camareira do Esmeralda Praia Hotel, hotel de luxo da Sal Empreendimentos Ltda. na praia de Ponta Negra, em Natal (RN). Ela alegou que lidava com a limpeza de instalações sanitárias de 179 quartos do hotel e ficava exposta a agentes biológicos.

A questão discutida foi a possibilidade de equiparação entre a limpeza de quartos e banheiros em hotéis realizada por camareiras ao serviço exercido em ambiente doméstico ou de escritório ou, em sentido oposto, à higienização de instalações sanitárias de uso público ou coletivo de grande circulação, caso em que é deferido o adicional em grau máximo (40%).

Limpeza equiparada à doméstica

Para o Tribunal Regional do Trabalho da 21ª Região (RN), as atividades desenvolvidas pela camareira se limitavam à limpeza dos quartos e banheiros privativos do hotel, cuja utilização se restringe aos hóspedes, diferenciando-se do trabalho em ambientes coletivos e abertos ao público em geral. Segundo o TRT, somente se considera insalubre, por equiparação a lixo urbano, a limpeza e a higienização de instalações sanitárias em motel, mas não em “hotel-flat”, desde que constatada a insalubridade por perito, o que não ocorreu no caso, em que a perícia foi dispensada pelas partes.

Banheiros de uso público

Ao examinar o recurso de revista, a Sexta Turma do TST acolheu a argumentação da empregada de que a decisão do TRT contrariou o entendimento contido na Súmula 448 do TST. O verbete estabelece que “a higienização de instalações sanitárias de uso público ou coletivo de grande circulação, e a respectiva coleta de lixo, por não se equiparar à limpeza em residências e escritórios, justifica o pagamento de adicional de insalubridade em grau máximo”.

Em situações como a do caso em análise, em que a limpeza é feita em estabelecimento de uso público, a jurisprudência do TST, conforme destacou a Turma, “também se firmou no sentido de que é devido o adicional de insalubridade em grau máximo, diferenciando-o do serviço de recolhimento de lixo e limpeza em banheiros de residências e escritórios”.

A decisão foi unânime.

(LT/CF)

Processo: RR-1410-78.2017.5.21.0005

Fonte: Tribunal Superior do Trabalho

Daiane Mezaroba

Daiane Mezaroba é Bacharel em Direito pela Universidade do Oeste de Santa Catarina, Campus de Videira.

Rosane Marinês da Rosa

Rosane Marinês da Rosa é Bacharel em Direito pela Universidade do Oeste de Santa Catarina, Campus de Videira, e Pós-Graduada em Direito e Processo do Trabalho pela Faculdade de Direito Damásio de Jesus.

Christian Parizotto

Diretor do escritório, o Dr. Christian Parizotto é Bacharel em Direito pela Universidade do Oeste de Santa Catarina, Campus de Videira, e Pós-Graduado em Direito e Processo do Trabalho e Direito Processual Civil, ambos pela Faculdade Damásio de Jesus. Possui inscrição regular perante a OAB/SC sob o nº 44.915.